Principais destaques:
- A NASA planeja lançar o satélite Pandora em janeiro de 2026 para estudar atmosferas de exoplanetas.
- A missão vai analisar pelo menos 20 mundos distantes em busca de vapor de água e possíveis bioassinaturas.
- O projeto complementa observações do telescópio James Webb e aposta em tecnologia mais barata e ágil.
A busca por vida além da Terra está prestes a ganhar um novo capítulo. A NASA, em parceria com o Laboratório Nacional Lawrence Livermore, se prepara para lançar a Missão Pandora, um satélite compacto desenvolvido para investigar planetas fora do Sistema Solar.
O lançamento está previsto para 5 de janeiro de 2026, a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, usando um foguete SpaceX Falcon 9.
Com orçamento de cerca de 20 milhões de dólares, a missão integra o programa Astrophysics Pioneers, que aposta em projetos menores, mas altamente ambiciosos. O objetivo é entender se alguns exoplanetas conhecidos possuem condições mínimas para abrigar vida, analisando principalmente a composição de suas atmosferas.
Um telescópio diferente para enxergar mundos distantes
O coração da missão Pandora é um telescópio inovador chamado CODA, feito inteiramente de alumínio e com 45 centímetros de diâmetro. Diferente dos modelos tradicionais de vidro, esse design reduz custos e acelera a produção. Além disso, o instrumento consegue observar simultaneamente luz visível e infravermelha próxima.
Essa combinação permite separar com mais precisão o que vem da estrela hospedeira e o que realmente pertence ao planeta. Manchas estelares e variações de brilho costumam confundir as análises, e é justamente nesse ponto que a Pandora promete fazer a diferença.
Como a Pandora vai observar os exoplanetas
Durante um ano de missão, o satélite vai observar cada um dos 20 exoplanetas-alvo cerca de dez vezes. Cada observação dura aproximadamente 24 horas e acontece durante os trânsitos, quando o planeta passa na frente de sua estrela. Esse acompanhamento prolongado ajuda a reduzir incertezas e aumenta a chance de identificar sinais confiáveis de água ou outras moléculas relevantes.
Essa estratégia também alivia a pressão sobre grandes observatórios, como o Telescópio Espacial James Webb, que tem tempo de observação extremamente disputado pela comunidade científica.
Entusiasmo renovado na busca por vida extraterrestre
A missão Pandora surge em um momento de grande empolgação na astrobiologia. Em 2025, cientistas usando o James Webb encontraram possíveis bioassinaturas no exoplaneta K2-18b, incluindo indícios de dimetil sulfeto, uma molécula associada a processos biológicos na Terra. Embora os pesquisadores ainda sejam cautelosos, descobertas como essa reforçam a importância de missões focadas em atmosferas planetárias.
Os dados coletados pela Pandora devem servir de base para futuras iniciativas da NASA, como o Observatório de Mundos Habitáveis. O centro de operações ficará na Universidade do Arizona, enquanto empresas parceiras cuidam da montagem final e dos testes do satélite.



